Loja arrumada demais afasta cliente?

Esses dias eu recebi uma pergunta assim lá no meu insta – o @vintivm – “Vivi, loja arumada demais afasta cliente?” e eu pensei “Meu Deus… de onde é que vocês tiraram isso?!”

Se essa pergunta já passou pela sua cabeça, vamos falar sobre isso.

Me diz uma coisa: quando você vai receber uma visita na sua casa, você por acaso deixa tudo bagunçado? Não, né? E eu tenho certeza que, assim como na minha casa, na sua casa também reina a paz quando está tudo arrumado, organizado, não é mesmo?

Então, por que diacho você acha que loja arrumada demais afasta cliente?

Tem gente que acha que porque está arrumadinha demais, vai espantar o cliente, vai fazer com que ele não tenha vontade de mexer nas araras, de descobrir os produtos, e aí muitas vezes prefere deixar a loja com aquele aspecto bagunçadinho, uns balaios no meio da loja, e aí jura que assim o cliente se sente mais à vontade.

Só que não é assim gente. Por favor, não pensem dessa forma. Eu não sei de onde veio essa ideia. Não é assim que funciona.

Se o seu cliente não está entrando na sua loja, ou se o seu cliente entra e nem mexe nos produtos, com certeza não é porque a sua loja está organizada demais. Isso não existe.
Provavelmente são inúmeros outros fatores, como: ser só mais uma lojinha.

Então eu quero te falar que se isso fosse verdade, se a gente gostasse de lojas bagunçadas, não existiria uma ferramenta dentro do visual merchandising que a gente chama de “excelência operacional”.

A excelência é um padrão, é um processo para garantir que tudo vai estar exposto de maneira impecável. Vou explicar pra vocês alguns dos itens que fazem parte da excelência operacional de grandes marcas, como a Renner e a Riachuelo, e de pequenas marcas também.

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#1. Passadoria
Faz parte da excelência operacional a passadoria. Ou seja, passar todos os itens que estão expostos na área de vendas da sua loja. Tá no cabide? Tem que estar passado. Tá no manequim? Tem que estar passado. Dobrado numa mesa? Tem que estar passado.
Não pode ter nenhuma peça amassadinha aí na sua loja, isso é um baita desleixo que você está passando pro seu cliente.

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#2. Organização por tamanho
Organizar as peças por tamanho, ou seja, do menor para o maior, dentro de cada coordenação, seja na parede ou equipamento de solo, ou em uma mesa, é parte da excelência operacional.
E quando a gente vê que os produtos estão organizados por tamanho, a gente vê uma escadinha das peças, indo do P ao GG.
Organizar por tamanho é extremamente importante para facilitar o processo de compra do seu cliente aí na sua loja.

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#3. Encabidamento padronizado
Encabidar os produtos da mesma forma também faz parte da excelência operacional. Garantir que todos os cabides são iguais e estão em perfeito estado para apresentar o produto.
Parece simples, mas muitas lojas eu vejo o seguinte: o cliente, muitas vezes, pega o produto com a mão direita em uma arara, e olha o cabide de frente, como um ponto de interrogação. Às vezes, ele vai na arara do outro lado, pega o cabide com a mão direita, mas aí a peça está do lado invertida. Ou seja, o ponto de interrogação, o gancho do cabide está virado.
Eu não sei porquê existe isso, pra dificultar ao invés de facilitar. Mas, na verdade, dentro do visual merchandising, encabidar as peças todas da mesma forma, é excelência operacional.
Como é que a gente faz isso? Qual é o padrão que a gente cria?
Vocês podem reparar grandes lojas, como é que elas fazem. Sempre, gente, o cliente pegando o produto com a mão direita, o cabide tem que fazer um ponto de interrogação.

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#4. Dedilhamento dos cabides
É garantir que entre um cabide e outro, tenha um espaço padrão. Isso vai depender de cada marca. Marcas que tem muitos produtos, que são mais adensados, vai ter uma média de 1 dedinho entre cada cabide. Então, esse espaçamento padrão cria um aspecto de organização.
Marcas com produtos mais exclusivos, geralmente vão ter de 2 a 3 dedinhos de espaçamento entre um cabide e outro.
Garantir que as peças estejam milimetricamente separadas na arara, faz parte da excelência operacional.

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#5. Degradê de cores
Outro item que faz parte da excelência operacional é a organização por degradê de cores das peças básicas. Ou seja, as peças básicas que ficam em equipamento de solo, que são, por exemplo, várias camisetas com cores diferentes, do mesmo modelo, a gente aplica um degradê de cores que vai das cores quentes, indo para as cores frias, sendo as cores neutras e terrosas, mais pro fim dessa arara.

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#6. Limpeza
E, claro, não menos importante, a limpeza como um todo. Dos equipamentos, por baixo, por cima, das prateleiras.

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A excelência é importante pra gente passar a imagem correta pro nosso cliente, pra gente passar uma imagem que gera valor ao nosso produto e não desvalorize o nosso rico dinheirinho que a gente comprou e expôs ali na arara.
Tome muito cuidado, que não existe essa de que “loja organizada demais afasta cliente”. Na verdade, o que afasta o cliente provavelmente é essa bagunça e esse desleixo que você mostra aí pra ele. E aí pode ser que o que ele está fazendo é comparar esse seu ambiente como um todo, com uma outra grande varejista que está aí perto da sua loja, que oferece produtos do mesmo preço, mas que é um ambiente que tem excelência operacional.

A excelência operacional basicamente é um padrão, pra gente apresentar o nosso produto da melhor forma possível, e tornar o nosso ambiente estimulante e favorável às compras.

Espero que tenham gostado!
Abraços,
Vivi Giron.
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